A arte da descontracção

Numa das minhas leituras descobri uma técnica de relaxamento que me parece interessante, e que aqui deixo.

Excerto do livro a "A terceira visão" de Lobsang Rampa, onde o seu mentor Mingyar Dondup o ensina a descontrair após ter constatado que o discípulo estava tenso e contraído.

É aconselhável que se deite, pois embora seja possível uma pessoa descontrair-se na posição de sentado, e até de pé, é melhor começar pela posição horizontal.

["Imagina que tombaste do topo de uma ravina, que estás por terra, uma figura quebrada, com todos os músculos soltos, com as pernas e os braços dobrados tal como tombaram e a boca ligeiramente aberta, pois só assim os músculos faciais se descontraem."

"Agora imagina que os teus braços e pernas estão cheios de homúnculos que te fazem trabalhar puxando-te os músculos. Diz a esses homúnculos que abandonem os teus pés até não sentires neles sensação alguma, nem movimento, nem tensão. Explora os teus pés com a mente até estares certo de que nenhum músculo está a trabalhar."

"Agora faz o mesmo com as pernas. (...) Fá-los subir na direcção da cabeça. Saíram todos? Tens a certeza ? Apalpa a mente. Fá-los sair e deixar os músculos em guarda, de forma a senti-los soltos e flácidos. (...) Olha! Esqueceste-te de alguém na tua perna. Há aí um homúnculo a repuxar um dos músculos da coxa. Manda-o embora, Lobsang, manda-o embora."

"Agora faz o mesmo com os braços, a partir dos dedos. Fá-los sair, fá-los subir pelos punhos, até aos cotovelos, amarinhar até aos ombros. Imagina que estás a chamar os homúnculos todos até não haver mais tensão ou sensação."

"Agora faz o mesmo com o corpo. Imagina que o teu corpo é um lamastério. Pensa nos monges todos que lá vivem dentro a fazer-te trabalhar.Manda-os sair. Começa pelo abdómen, relaxa os músculos todos. Fá-los deixar o que estão a fazer e partir. Faz com que te abandonem todos os músculos de modo a que o teu corpo mantenha a forma unicamente à custa da pele, e que assim cada músculo e órgão tombe e se relaxe no nível que melhor lhe convier. Só nessa altura o teu corpo estará perfeitamente descontraído."

"A cabeça é talvez a parte mais importante durante a descontracção. Vamos a ver o que pode fazer-se aí. Repara na tua boca: há um músculo contraído a repuxar cada um dos cantos. Descontrai-os, Lobsang, descontrai um de cada vez. Não vais falar nem comer, portanto não precisas deles. Tens os olhos também contraídos. Aqui não há luz para os perturbar, portanto deixa tombar as pálpebras levemente, levemente, sem nenhuma força. "
 

"O nosso melhor expoente da arte de descontrair está ali fora a gozar o sol. Podias aprender imenso com a maneira como um gato se descontrai: não há homem algum que o faça tão bem como ele."



"Pouco se ganha com a descontracção física se se mantém a tensão mental. Enquanto estás assim deitado e descontraído, deixa a tua mente ocupar-se durante um momento com os teus pensamentos. Segue esses pensamentos paulatinamente e vê o que são, vê como são triviais. Agora pára-os, não permitas o fluir de mais qualquer pensamento. Imagina um quadrado negro de nada, com os pensamentos a tentar saltar de um lado para o outro. De princípio, alguns tentarão atravessar o quadrado. Vai atrás deles, fá-los voltar à primeira forma, obriga-os a saltar outra vez esse espaço negro. Imagina esse espaço de facto, torna-o definitivamente visual e dentro em pouco «vês» realmente a negrura sem esforço e gozarás de descontracção mental e física perfeitas."

"(...) é essencial às pessoas descontraírem-se. Muita gente nunca fechou a mente, e os pensamentos são como alguém que tentasse trabalhar fisicamente dia e noite sem repouso. Alguém que tentasse marchar sem descanso, alguns dias e noites, em breve tombaria de fadiga, e no entanto o cérebro nunca recebe o descanso devido. Entre nós (tibetanos) não se poupam esforços para treinar a mente."]
A terceira visão, Lobsang Rampa

Escrever tudo isto leva muito tempo, assim como ler, mas acredite que fazer é muito mais simples e com um pouco de prática qualquer pessoa pode descontrair-se em alguns segundos.
Permita-se um momento de descontracção. Seja feliz!