quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um momento de contemplação

Quantas vezes amamos durante a nossa vida?
Poucas?!… Infinitas diria eu…
De todos os sentimentos que percorrem o nosso coração e a nossa vida, o amor é indubitavelmente o mais profundo e preenchedor de todos eles.
Um dia como qualquer outro, paramos e olhamos em nosso redor. Tudo parece igual. Mas a vida está repleta de pequenas surpresas para quem se permitir apreciar tudo quanto nos envolve.
Nesse dia, reparei naquela pequena planta encostada a um canto. Não gostava de plantas… - pensei eu.
Naquele momento, porém, deixo-me ficar a contemplá-la. Sem qualquer razão aparente, o meu coração apreciou aquele pequeno ser verdejante que lutava pela vida há muito tempo. Quase percorrida uma eternidade naquele canto, sem que tivesse merecido um olhar atento.
Nunca havia recebido atenção, alimento e água suficientes para viver.
No entanto, a pequena planta sobreviveu.
Ao contemplá-la pausadamente durante longos minutos de silêncio, o meu pequeno coração passou a amá-la incondicionalmente. Cada pequena folha que ainda tinha energia e persistia em viver, oferecia à vida esse verde, tão puro que só existe no coração da natureza.
Os minutos passavam…
Esta planta era elegante, irradiava harmonia… No topo, as folhas mais jovens, que têm mais coragem de lutar pela vida, ainda conseguiam ver o céu.
No centro, a extremidade da folhagem estava murcha… Essa folhagem, ligada ao caule da vida, vivia e tinha ainda longas folhas.
O caule desta planta não era ainda suficientemente forte pelo que a cor ainda era verde…
Os minutos continuavam a passar…
Continuei embrenhada pelo deslumbramento que a pequena planta me causava.
Observava, pensava…
Contemplava, amava…
Quis que a planta vivesse.
Desejei-o como se a minha vida dependesse disso…
Fiquei embevecida e deliciei-me com a simplicidade da vida.
Constatei que as folhas que estavam mais fraquinhas tinham sido as primeiras a nascer… Uma ou outra apresentava uma cor amarelada quase até ao caule, que nessa parte já era mais forte, e a pouco e pouco ia ganhando tons acastanhados.
As folhas terminavam e aparecia o tronco. Dividia-se em dois ramos que tinham crescido na mesma proporção. Depois uniam-se e seguiam em direcção aos poucos e ressequidos grãos de terra, que o vaso continha.
Quis cuidar desta planta.
Premiá-la pela vida.
Um olhar atento pode mudar o mundo.
Olhei de novo e compreendi.
Aquela planta pareceu-me a mais pura ilustração da vida…
O Céu…
As Crianças…
Os Adultos…
Os Idosos…
A Terra…
O círculo da vida.
Descobri que iria amar aquela pequena planta para sempre.
Afinal, a pequena sobrevivente tinha-me mostrado o que era a vida…

3 comentários:

  1. Lembro-me de escreveres este texto :)
    E lembro-me da felicidade que transmitis-te!!

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  2. Pois foi! :) Exactamente por ter sido um dos primeiros momentos em que assumi a minha vontade de escrever é k decidi pô-lo aqui!
    E lembro-me bem de ter partilhado este momento com 2 pessoas de quem gosto muito... :)

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  3. Cheguei tarde, mas cheguei...e realmente é um privilégio ser uma das pessoas a conhecer esta tua faceta...fantastico miga!!!
    Muito profundo...
    Gostei!!
    beijo enorme e continua!

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